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Viver em função do outro

Somos um micro universo. As potencialidades que somos, só agora, a Ciência começa a ter: uma pálida idéia da nossa realidade interior. Aprendemos que tudo no universo é movimento e, seguindo essa lei, a nossa mente se movimenta o tempo todo. Uma infinidade de pensamentos e sensações chegam ininterruptamente ao comando central de nossa psique e é com este material que “fazemos funcionar” nossas vidas. O que vemos, ouvimos, sentimos ou intuimos, provocam, em nossa mente, uma série de outros pensamentos e de acordo com o que temos arquivado em nosso subconsciente, vamos trabalhar, com equilíbrio ou desequilíbrio, todas estas informações que nos chegam o tempo todo.

Cada um é um pedaço da explosão divina. Em cada um há o DEUS a ser lembrado e manifestado. Nossa estadia no planeta Terra é uma maneira de experimentarmos o Deus que todos nós somos. Para experimentarmos o Deus que somos é necessário que se abra a mão da ilusão e que passemos a dispor do nosso tempo com as coisas que são realmente importantes à nossa descoberta como almas e seres eternos. Mas, quais são estas ilusões? A variedade de ilusões é imensa e estão condizentes às experiências que cada um escolheu para passar, pois a nossa verdade está onde está nosso coração.

Sabemos que Eu escolho. Deus não escolhe, pois como sou Deus, o Criador me permite que Eu aprenda a ser o Deus que Sou, praticando a lei do livre-arbítrio e sendo responsável por estas escolhas. Portanto Eu escolho meu caminho, Eu determino quando chegará minha felicidade.

O interessante é que, ao nos apegarmos à ilusão da matéria, começamos a fazer uma série de escolhas que nos trazem situações de dor e sofrimento e, entre estas escolhas, queremos citar uma agora, que representa para nós todos, uma das maiores armadilhas em que nossa civilização se envolveu. Falo especificamente de nos apegarmos em viver em função do outro. Escute seu diálogo interior, perceba como você criou um mecanismo interessante. Dentro de sua cabeça, você vive o tempo todo brigando com alguém. Você vive o tempo todo dialogando e brigando com o outro.

Você nasceu aqui neste planeta por sua causa, pelo seu desenvolvimento, e em vez de ter apego por si mesmo, pelas suas coisas, jogou toda essa carga de energia psíquica, que deveria ser de você e para você, em cima do outro e vive, então, em função do outro, não realizando sua obra maior que é descobrir o Deus que é, pois o seu Deus é o outro. Vive, sofre, briga, reclama, impacienta-se, desestrutura-se… tudo em função do outro. E as justificativas que aponta, são as mais variadas possíveis. Principalmente se você é mãe ou pai. Em nome daquilo que chama responsabilidade ou o que chama de amor, pratica o apego o tempo todo, não deixando sua cria desenvolver anticorpos para aprender a lidar com as situações conflitantes da vida. Justifica que não quer que seu filho sofra. Normalmente transforma sua vida interior numa grande armadilha, pois passa a viver em função do papel de mãe/pai, acostumando os filhos a isto e quando eles crescem, vão praticar o aprendido, como você pratica o mesmo aprendido com pais e avós.

Esta ligação com os filhos é apenas uma pequena parte do todo. O resto do todo são todas as outras pessoas com quem convivemos. Em nosso mundo interior, ficamos brigando e reclamando, discutindo ou até concordando, com o outro. O outro não sai do meu pensamento, mas não sai do meu pensamento de uma maneira neurótica. Fico quase o tempo todo me comparando com o outro. Fico quase o tempo todo julgando o outro. Fico tomando conta da vida do outro.

Olhe sua realidade e veja quanto tempo útil de vida você perde nesse vício, nesse diálogo interior de comparar, julgar, avaliar, confrontar, discutir, brigar, amaldiçoar, destruir, o outro. O outro é o Deus de sua vida. É o rei, o imperador; o outro é que comanda sua vida… e enquanto você ficar preso nesta energia, você não se olha, não se percebe e não pode, portanto, se amar e, se não se amar, não descobre o Deus que é.

Comece a prestar mais atenção aos padrões emocionais herdados, pois se os entender irá começar a se libertar e descobrirá dentro de si mesmo, a felicidade. Sim, a felicidade é dentro, está dentro de cada um. Felicidade não é um movimento de fora para dentro e nem precisam acontecer coisas fora para sermos felizes. Precisam acontecer coisas dentro do nosso coração, tipo amor por mim, perdão por mim, caridade por mim, aceitação de quem eu sou, etc.

Talvez você julgue que será feliz quando puder ser igual àquela pessoa por quem tem inveja e, portanto, fica tomando conta da vida dela, para tentar imitá-la. Ou talvez você julgue que será feliz se aquelas pessoas que diz amar, mas está só apegada, se comportarem como você acha que elas deveriam, pois lhe daria assim a segurança que tenta ter através do outro. Estes pensamentos e sentimentos que normalmente temos são os engodos do ego que não permitem, à nossa alma, viver a felicidade possível.

Posso ser feliz hoje e agora, não preciso que nenhum evento fora de mim aconteça, pois felicidade é um estado de alma; felicidade é lembrarmos o Deus que somos, mas para lembrar o Deus que somos, precisamos abrir mão de tantos deuses que elegemos em nossas vidas. Precisamos abrir mão da estrutura do ego onde imperam todos os nossos preconceitos, as cristalizações mentais, os orgulhos, vaidades, medos, autoritarismos, rigidezes. Estes são os verdadeiros inimigos de nosso progresso, de nosso crescimento, e, por incrível que pareça, nós os tornamos os nossos maiores amigos. Teimamos em viver em suas companhias, não queremos abrir mão de suas presenças em nossas vidas.

Texto revisado por: Cris