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A SUSTENTAÇÃO DO AMOR!

Eu já amo. Isso é muito bom, diria que é maravilhoso, mas uma pergunta a todos nós. – Por quanto tempo eu consigo sustentar este amor no meu dia a dia? Quantos minutos os meus momentos de amor duram? Durante as 24 horas de um dia, quanto do tempo eu amo, ou quanto do tempo sofro ou reclamo da vida ou de alguém?

Eu, você e todos os outros seres humanos que vivemos na dimensão terrena, temos um enorme desafio que é se sustentar no amor. E sustentar este amor defino como se sentir preenchido e nutrido por ele. Não falo aqui do amor gerado numa relação afetiva, mas do amor pessoal de mim para comigo.

O amor é a única energia que cura todas nossas dores emocionais e espirituais e sabemos teoricamente que apenas com a pratica do amor que teremos sucesso em nossa empreitada de ascensão. Todos nós ansiamos pelo amor, por este amor que completa e estabelece a nossa verdadeira identidade cósmica, mas poucos de nós nos permitimos ter acesso a ele. Há um lado em cada um acomodado, preguiçoso e que gostaria sem ter nenhum esforço, merecer todas as benesses universais da felicidade eterna, sem o esforço da conquista.

O nosso sofrimento se baseia na resistência do ego, que briga o tempo todo com as correções do universo, que para nos proteger de sua insanidade, frustra o ego, dando-nos outros direcionamentos e novas experiências visando o aprendizado na humildade, do perdão, da coragem, da união, que é tudo aquilo que este ego não gosta muito de praticar.

Já aprendi algum tempo atrás que o universo sempre tem razão, e quando algum lado meu se revolta tentando reivindicar a razão e a justiça, paro, respiro profundamente e converso com este meu lado reivindicador, para que tenha calma, paciência, pois se está acontecendo da maneira que está, vamos esperar para entender antes de se revoltar, pois é o universo querendo me ensinar alguma coisa. Confesso que depois que instalei esta pratica diária em minha vida, o meu sofrimento diante dos desafios caíram cerca de 80%. Hoje vivo 80% melhor do que num passado recente apenas pelo fato de aceitar que o universo sempre tem razão e não o meu ego.

Quando estamos atentos e aprendemos a diferenciar o que vem da alma, que traz serenidade e o que vem do ego, que normalmente traz cobranças, julgamentos e reclamações de injustiça poderemos sentir os momentos onde esta energia divina toma conta de nossos sentidos e ai ela nos traz paz, harmonia, esperança e a consciência do bem em nossas vidas.

Porém, sustentá-lo, mantê-lo viva e atuante se torna o grande desafio de cada alma que tem o interesse no crescimento e na cura pessoal.

Todas as dores, tudo aquilo que dói, todos os nossos medos, todos os vícios comportamentais, tudo aquilo que já nos comprometemos diversas vezes mudar e não conseguimos a libertação, só nos ocorrem por não conseguimos sustentar o amor em nossos corações.

A mente humana se tornou viciada durante vários milênios em padrões de desalinho com nosso espírito perfeito e ao reforçar em cada experiência o padrão anterior da viciação, vamos criando força e dando sustentação para que aquilo que tanto desejamos nos libertar e nos faz sofrer, fique toda hora voltando em nossas mentes, como se tivéssemos dado a cada um destes pedaços, verdadeiras cadeiras cativas de poder e repetimos estes comportamentos várias vezes em nossas vidas, nos tirando a paz, o equilíbrio e o reconhecimento de nossa divindade.

Como seres que estamos a caminho de conquistarmos nossa eternidade, nos defrontamos a cada momento com diversos destes obstáculos pessoais ligados a valores humanos comuns e as vezes tão reforçados pelo sociedade, mas eles não nos trazem a felicidade nem a tranquilidade de nos deixar com nossos corações alegres.

A Psicologia Esotérica nos ensina da estrutura setenária comandando a vida humana. São sete corpos, cada um com suas características e finalidades e é o nosso terceiro corpo o emocional que acumula em cada uma de suas camadas, todas as nossas experiências passadas onde ficaram situações de desequilíbrio emocional e ainda não estão resolvidas.

Estas emoções que são do corpo emocional voltam à nossa mente para serem novamente rememoradas e realizarmos a catarse da cura. Elas fazem parte dos viciamentos não resolvidos em outras épocas. Como exemplo olhemos uma compulsão, que nada mais é de que um desejo quase incontrolável de fazer alguma coisa que depois me arrependo, mas que contém em si uma enorme ansiedade, um grande vazio existencial e busco num comportamento viciado o preenchimento desta coisa que não consigo ou não tenho coragem de olhar o que é.

Ela aparece muito em dependentes químicos com todas as suas dificuldades de se manterem sóbrios e não usarem as drogas, em nossa sexualidade onde se apresentam como taras, no desejo irresistível de comer um doce, no hábito que tenho em mentir para me proteger de críticas ou julgamentos dos outros e em tantas e diversas maneiras possíveis e percebam, são comportamentos repetitivos, que após sua manifestação, normalmente vem o arrependimento e a culpada por tê-lo praticado, mas a compulsão de fazê-lo é mais forte do que o freio que pode dizer não para ele.

Sempre que estes lados se manifestam, você pode perceber a presença de uma enorme carência afetiva pedindo reparação. O comportamento se manifesta, se repete compulsivamente em sua especificidade, pois há um buraco emocional que o criou e este buraco ainda não foi entendido e por isso não foi fechado.

Em algum momento de nossa eternidade passada, diante de algum enfrentamento e aprendizado, ficamos frágeis e por causa do medo, da insegurança, da culpa, da frustração em ver nossos desejos não atendidos, buscamos no nosso imaturo ego a solução do conflito e nos ancoramos em toda sua “não-sabedoria” e usamos mecanismos ou comportamentos de fuga e compensação diante do desafio de encontrar e vivenciar minha verdade de alma.

Menti, enganei, agredi ou a mim ou a qualquer pessoa para não viver alguma dor emocional que seria de grande aprendizado e por causa disso, acabei repetindo o mesmo comportamento toda vez que o universo me colocava na mesma trilha de aprendizado e ai criei um enorme bolsão de viciamento em minha vida e certamente o arrasto por milênios até que o enfrente e verdadeiramente me disponha a me libertar dele e curá-lo.

Toda dependência, compulsão ou padrão repetitivo que pratico são as lembranças do passado onde tentei pular etapas e não enfrentar a realidade que a vida me apresentava no momento e criei uma situação ilusória e compensatória e continuo ainda hoje na ilusão e na compensação como se fosse no mesmo momento que desenvolvi o padrão, e por não ter o hábito de me olhar, entrar em mim, ficar em mim e sentir as emoções que estão presas e reprimidas, continuo prisioneiro de certas energias psíquicas antiquíssimas e creio que quanto mais antigas, mais enraizadas elas são. Olhe-se um pouco mais profundo e poderá perceber o quanto elas são velhas em sua vida e como há uma frágil determinação em se libertar delas.

Sofremos, reclamamos, nos culpamos por praticá-las mas olhe com sinceridade se verdadeiramente você está disponível para abrir mão delas, sem que o apego desenvolvido não entre em sofrimento e reaja a qualquer tentativa de mudança. Aprendi que nós nos acostumamos com o desequilíbrio em nossas vidas e dificilmente sem uma boa luta ou esforço redobrado conseguiremos a libertação destes conteúdos.

O nosso ego, ou a parte desta camada do corpo emocional luta, esbraveja, resistente a qualquer tipo de mudança que vá desalojá-lo do seu lugar é tirar o seu poder. Ele briga, reclama, reivindica seu direito a continuar praticando o mesmo desequilíbrio de sempre. Sinta sua força e seu desejo de sempre ser o mesmo.

Há muito tempo eu chamo estes nossos pedaços de inteligência burra. São arquivos inteligentes, mas não tem nenhuma sabedoria e muitas partes destes pedaços, são os que nós elegemos para cuidar de nossas vidas e destinos. São estes pedaços que nós deixamos que façam nossas escolhas e nossa alma fica encurralada, sem o poder de decisão pois uma grande identificação ainda existe entre nós e estes pedaços passados e enquanto não resolvermos verdadeiramente abrir mão deles, nossa vida continuará como tem sido hoje. Altos e baixos. Prazer e desprazer. Paz e culpa.

Eles são resistentes às mudanças, não querem perder o poder que lhe demos há milênios de comandarem nossas vidas. São manhosos, malcriados, teimosos, autoritários e principalmente vítimas, cheio de dó de mim e nhem-nhem-nhem e o pior é que não irão nos largar de maneira nenhuma se hoje nós não fizermos uma nova escolha, justamente contrária aquilo que ele deseja para nossas vidas. Eles não têm nenhuma sabedoria e o ser humano tem deixado ao longo da história humana a nossa parte mais ignorante comandar nossa vida e destinos. Eles fazem parte de nossas sombras. O meu lado divino, que tem luz e amor continua eternamente me esperando.

Ai eu não consigo sustentar o amor em mim. O amor está disponível para mim, dentro de mim. Não está fora, num livro, num supermercado, não preciso dinheiro, nem intelecto, nem cultura. O amor é gratuito e está em todo lugar e principalmente dentro de mim e é com este amor dentro de mim que vou fazer a viagem de volta à minha essência de luz e verdade.

O que não me permite sustentar o amor?
O amor faz parte de minha essência e do meu livre arbítrio. Sou fruto do amor, mas o universo me deu o livre arbítrio e por este motivo posso não querer viver o amor. Por isso o amor se torna uma escolha. Sinta em sua vida, quando você escolhe o amor, ou quando você escolhe os padrões dos arquivos para deixar te comandar.

Diante das inúmeras escolhas que fizemos neste período acima de cem mil anos que aqui encarnamos, grande parte delas foram compensatórias e não de alma, pois só a alma pode escolher o amor.

Escolhemos agredir quando nos sentimos com medo ou ameaçados. Escolhemos a mentira quando poderíamos ser julgados. Escolhemos a Luxúria e a volúpia, toda vez que nos sentíamos inseguros e procuramos extravasar através do sexo nossa carência emocional e afetiva. Escolhemos diversas estruturas compensatórias milhares de vezes mas não escolhemos os valores de alma que nos levariam à pratica do amor. Durante muito tempo eu e você nos esquecemos do amor.

Fugi do amor através da viciação ou entorpecimento dos sentidos. Alterei o padrão divino do meu sentir e coloquei em seu lugar um padrão humano, todo cheio de vaidades, retalhado com seus desejos de poder, de supremacia, da necessidade de ser mais ou melhor do que outros; desenvolvi inúmeros medos ou mentiras do ego, que me davam no momento uma sensação de falso poder e alívio e fui criando uma realidade fictícia, cheia de enganos e dor e estou sendo chamado agora é enfrentá-la e transformá-la visando a cura eterna.

Esta realidade falsa e mentirosa que criei, vem hoje até mim como que pedindo misericórdia para ser curada. Há um grande grito de socorro ecoando em cada ser humano, como se fosse um chamado de sua alma dizendo: “se olhe, se liberte”
Ela não tem consciência pois ela é uma criação de um ego de um ser divino, portanto minha criação e se eu a criei de maneira enganosa eu posso agora recriá-la de maneira amorosa e positiva.

Fomos criados para vivermos na eternidade, mas não na eternidade do ego, não na eternidade da separação, não na eternidade dos sentimentos de desarmonia que não contém o perdão e a generosidade. Somos uma célula da Fonte Criadora. Tudo o que a Fonte tem eu também tenho. Esta é minha maior herança, mas ela só pode ser exercida se me permitir que a minha parte essência e amor, tome verdadeiramente conta de todos os meus sentidos e passe a comandar minha vida.

Observe as queixas e os reclamos que vem de algum lugar de tua cabeça. Sinta quanta necessidade de aprovação do outro você mantém. Quanta necessidade de ser melhor do que a outra pessoa ou quanto se sente diminuído diante de alguém que julga ter mais poder pessoal desenvolvido. Observe a quantidade de medo existente e que sofre muito torcendo para que o outro não o perceba, o descubra ou toque em suas dores. Até quando você continuará se escondendo de si mesmo e de sua própria natureza humana e divina?

Irineu Deliberalli
Psicólogo Transpessoal e Xama.