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Quando eu me permito ser ou estar feliz?

Tenho sido, nesta vida, um buscador de minha luz. Por isso tenho encontrado nesta caminhada mais sombras internas do que a minha tão esperada luz! O passar dos anos, o tempo, a vivência do dia-a-dia vão me ensinado que por trás de toda sombra que sempre aparece e enfrento, dá-se automaticamente o sentimento da libertação, a percepção da existência da minha plenitude, da minha parte melhor: o meu Eu divino.

Como estudante permanente dos grandes mestres da psicologia e me baseando principalmente nos três que considero os mais significativos – Freud (psicanálise), Jung (analítica) e Moreno (psicodrama) – tenho passado uma parte considerável do meu tempo envolvido com a aprendizagem dos conceitos desses seres, visando ter um material adequado à compreensão da minha vida e a dos pacientes que me procuram diariamente no consultório.

Apesar de estar a cada momento me surpreendendo com a genialidade desses grandes mestres do psiquismo humano, a todo instante uma voz interna me diz que eles não falaram tudo, não exploraram tudo e que há muito mais, infinitamente mais do que aquilo que conseguiram atingir em seus respectivos tempos como encarnados no planeta.

Sendo cada pessoa uma individualidade e vivendo cada um, um momento cósmico e consciencial diferente do outro, a mesma receita de um não serve ao outro, mesmo tendo um modelo de desenvolvimento psicológico quase comum entre todos nós. O que difere é que a sensação e o sentimento se desenvolvem de forma diferente para cada um, mesmo que estejam vivendo momentos semelhantes.

A cada dia no meu trabalho tenho encontros com a felicidade e com a infelicidade -sempre a partir de mim – lidando com os intrincados problemas emocionais que me são trazidos nas sessões de psicoterapia, nas quais, apenas como auxiliar ou facilitador, vou colaborando com o paciente até encontrar as alternativas que sejam melhores para o seu coração. É interessante como cada um valoriza sua felicidade e conquistas ou sua infelicidade e aparente derrota, dependendo do seu momento e daquilo que está enganchando em seu subconsciente. Estar ou ser feliz depende do entendimento do funcionamento de nossa psique e dos enganchamentos que faço – ou abro mão de fazer – em todas as relações que estabeleço em minha vida: as comigo mesmo, as com a sociedade em geral ou com as outras pessoas com as quais convivo na intimidade.

Quando eu me permito ser ou estar feliz? Quando eu estou em mim. Apenas quando eu estou em minha mente interior.

Recentemente foram divulgados pela imprensa os manuscritos do Apostolo Dídimo Judas Tomé, encontrados em Nag Hammad, no Egito, em 1945. É citado por alguns historiadores de ter sido o livro sagrado dos Essênios, povo com que comprovadamente Jesus conviveu.

Num dos trechos dos textos desse evangelho considerado apócrifo pela igreja católica, encontramos a seguinte afirmação: “O reino de Deus está no interior de cada um de nós e não no céu”. Esta afirmação confirma a explicação dada pela Psicologia Transpessoal, quando diz que uma parte de nossa psique se chama Superconsciente, ou Eu Superior, e esta estrutura só pode ser acessada em perfeito silêncio, em perfeita interiorização, numa centralização em nosso coração.

Pensem: se este evangelho de fato é real e Jesus disse o que está escrito acima, e se isto fosse passado ao ser humano desde aquela época? Certamente seríamos mais livres, mais inteiros, estaríamos mais contentes conosco, pois teríamos aprendido a praticar a mente interior e não ter de ficar milhares de anos praticando a mente exterior que é o domínio do corpo emocional, ficando presos nas emoções do nosso passado e deixando de viver o hoje, o agora, o meu melhor.

Mas como a proposta deste artigo é refletirmos sobre minhas escolhas e permissões de sermos felizes, vamos explicar as duas mentes, para que você tire suas conclusões e escolha aquilo que entender melhor para sua vida.

MENTE EXTERIOR: esta é a mente do ego. É o Corpo Emocional comandando. Normalmente o ser humano se utiliza desta mente quase o tempo todo. Como ela é fora do ser, está relacionada a ficar pensando em fatos já ocorridos (passado) ou fatos que “poderão” acontecer (futuro). Ficar nesta mente tira, com toda certeza, a possibilidade de qualquer pessoa ser feliz, pois só poderemos ser felizes no agora, no presente. Viver o passado normalmente nos ajuda a entrarmos em depressão, e viver o futuro, certamente nos levará à insegurança e ansiedade.

MENTE INTERIOR: esta é a mente da alma. Em nossa estrutura, a alma, ou Corpo Crístico, é acessada pelo coração. Estar na Mente Interior é ficar em nosso coração. É preencher seu espaço com você mesmo. É se sentir dentro do seu peito, como se você entrasse em si mesmo, no seu peito e lá permanecesse o tempo todo. Só assim poderemos viver nosso presente, nosso agora e o presente é o único momento que eu tenho para viver. Não posso ser feliz ontem ou amanhã. Só posso ser feliz no presente, no hoje.

O meu caminho como psicotarapeuta tem me ensinado que a grande maioria das pessoas tem usado a Mente Exterior. Vivem presas às experiências negativas do seu passado, sendo desta ou de outras vidas e se auto-sustentam nas emoções negativas geradas pelas vivências de dores, agressões, mágoas em que ficaram presas em sua criança interior, e não dão um passo importante para sua cura, que é ficar no hoje, no agora, no coração. Infelizmente nos acostumamos a ficar na queixa e na dor e não no nosso melhor.

Se você, leitor, quiser fazer um pequeno teste com sua vida emocional e ver o poder de cura e mudança que há dentro de você, nós lhe damos a seguinte dica. Pegue uma situação repetitiva sua, um comportamento que sempre lhe aparece e com o qual tem dificuldade de conviver ou realizar mudanças; quando este comportamento se apresentar novamente, com toda certeza, vai leva-lo a uma situação do passado ou do futuro e vai apresentar sua queixa. Neste momento diga a você mesmo que escolheu ficar no seu coração. No seu agora e sem nenhuma queixa. Imagine-se respirando no coração algumas vezes e sinta-se todo e inteiro dentro do seu coração. Não dê outra possibilidade ao seu pensamento que não a de repousar dentro do seu coração. Toda vez que o pensamento quiser lembrar do fato ou queixa que o leva fora de você mesmo, volte, respire no coração e se sinta sendo preenchido por você mesmo.

Tenho certeza que neste momento você saberá responder a questão título deste artigo: Quando eu me permito ser ou estar feliz?

Texto revisado por: Cris