Mídias Sociais

Autoconhecimento

Ver mais

Complexo de Édipo

Alguns estudos feitos com certas tribos indígenas, apontam com toda certeza, que o COMPLEXO DE ÉDIPO não existe entre os índios nativos, que vivem isolados do branco.

A explicação está baseada no fato de que a sociedade indígena, apresenta uma qualidade de relacionamento afetivo, superior daquele apresentado em nossa sociedade comum. Os pais de maneira geral, se envolvem com os filhos, e ambos participam muito, tendo o homem/pai, um papel importante na relação com os filhos, cuidando até mais dos filhos do que a própria mãe.

Como há um equilíbrio entre a figura do feminino e do masculino na relação com os filhos, e outro fator primordial, é o desapego, onde as mães, o praticam, divido as próprias atribuições que mantém na tribo, os filhos não crescem com modelos de apego, e esta energia é canalizada de maneira diferenciada, harmônica e mais feliz.

Na nossa civilização ocidental, o Dr. Freud, foi o ser que entendeu o processo, de como nossa estrutura está delineada, e à partir dos modelos de apegos seguidos, estabelecemos em nosso inconsciente coletivo, esta maneira que temos hoje, e volto a repetir por causa do apego, temos causado diversas formas de infelicidades e sofrimentos à nossa civilização.

Meninos e meninas, nascem e crescem em nossa sociedade, vivendo uma situação e aprendizado, que estão baseados no apego e não no amor. …….O amor, que é a base de tudo aquilo que existe no universo, e é nosso caminho de conquista maior, tem sido falseado,
principalmente pelos nossos pais, por uma série de insatisfações pessoais, culpas, medos, inseguranças.

Nós adultos, geralmente jogamos em cima de nossas crias, todo o arsenal de nossas neuroses, apenas justificando que preciso cuidar, preciso proteger, e em nome deste falso amor e cuidar, praticamos o apego, fugindo de nossas próprias realidades interiores, deslocando aquilo que não gosto em mim, que não resolvi em mim, para a relação de mãe ou pai, e não deixo meus filhos desenvolverem mecanismos adequados, à administrarem com sabedoria, suas vidas de adolescentes e adultos…..

Prestem atenção nesta afirmação….quanto dos meus medos e minhas ansiedades, eu tenho jogado na cabeça dos meus filhos…. coisas que não resolvi em mim, e transfiro para eles de uma maneira inadequada, justificando apenas que é em nome do amor e da responsabilidade….

Tenho entendido portanto, que este famoso complexo de Édipo, existe em nossa sociedade, principalmente por um modelo educacional muito deficiente, pois se ele fosse superior ao que se vê de maneira geral, teríamos uma civilização muito mais feliz e harmônica…….

A história do Dr. Freud é a seguinte: Ele afirmou cerca de 100 anos atrás, que uma criança recém nascida, já tem no ato de mamar e sugar o seio, um padrão de aprendizado de sua sexualidade. Sugar o seio é um treino da libido(energia sexual) e à partir daí, o bebê se apaixona por aquele seio e por quem lhe dá o seio.

Foi difícil a sociedade Vitoriana daquela época, entender de imediato, e por isso foi ridicularizado, quase 10 anos. Acreditando em suas intuições, foi à frente em suas pesquisas, e diversas pessoas aparecerem para serem tratadas, apresentando distúrbios de sexualidade, e pelas conversas que tinha com estas pessoas, notava que quase tudo girava em torno da sexualidade, da repressão sexual e pai e mãe.

Um dia morre seu pai, e quando estava numa carroça acompanhando o corpo do seu pai, na porta do cemitério, desmaia, precisa ser socorrido e não acompanha o enterro do pai. Isto fez com que começasse a meditar e tentar entender o que tinha ocorrido…

Lembra-se de que à noite antes de dormir, quando era pequeno, sua mãe vinha toda noite lhe cobrir, segurava sua mão e até contava histórias…isto lhe dava muito prazer….numa destas vezes, seu pai aparece, interrompe o fato, e leva sua mãe embora para o quarto.

Naquele momento fantasiou e morte do pai….se papai morresse a mamãe ficaria só para mim..,quando o pai de fato morreu, não aguentou a dor da culpa, que estava instalada em sua psiquê, e foi à partir daí que ele compreendeu, que nosso modelo de escolha sexual é nosso genitor invertido, ou seja, o menino escolhe a mãe como modelo e a menina escolhe o pai.

Pegou na mitologia histórias semelhantes de filhos que vivem relações incestuosas com seus pais e chamou de Complexo de Édipo, o desejo inconsciente do menino pela mãe e Complexo de Electra, o desejo inconsciente da menina pelo pai. Para facilitar, hoje chamamos tudo de Complexo de Édipo.

Nesta constatação, percebeu que o menino se apaixona pela mãe, para valer, por volta do 3 anos, ele quer a mãe só para ele., e esta paixão deve terminar aos 7 anos, naturalmente, quando se dá o fechamento da moleira, para que este menino comece a viver outras relações fora de sua casa, e se prepare para uma vida equilibrada de adulto.

Até os 7 anos, aprendeu e introjetou o modelo feminino em sua psiquê, e está pronto para viver sua vida afetiva com o feminino, quando chegar a idade adequada………….Para que a criança passe por esta fase de forma sadia, é necessário que ela seja nutrida pelos pais.

O que é nutrir uma criança.???. É dar a ela a oportunidade de crescer segura, confiante, e se libertar o mais rápido possível da dependência afetiva, econômica e emocional do adulto. Ser livre, praticar suas escolhas, e aprender a buscar fora de casa, aquilo que ela tinha até então em casa, a segurança, proteção, para que logo na vida adulta, saiba lidar com todos os conflitos que a idade adulta nos apresenta……….

Mas vemos em nossa sociedade uma inversão enorme de valores. O apego, principalmente da mães, não tem permitido de maneira geral, que seus filhos desenvolvam anti-corpos da autonomia necessária e ser for homem este filho, é pior ainda, e este apego só pode tornar um filho dependente imaturo, sempre correndo para suas proteções maternas, tendo mesmo na vida adulta comportamentos infantis e o que é pior, uma vida sexual de péssima qualidade, pois normalmente o menino que não fechou seu Édipo, ficará correndo atrás de muitas mulheres, desejando muitas mulheres, sempre buscando a mãe imaginária em cada uma, mãe que não irá encontrar em nenhuma mulher.

Para a menina, até 2,5 a 3 anos, também ela vive sua paixão pela mãe, mas a partir daí, precisa romper com esta mãe, e buscar o modelo masculino de paixão.

Como a natureza é sabia, ajuda esta menina a perceber que no meio de sua perna falta alguma coisa…. este pipi que lhe falta, é chamado de Complexo de Castração… e por este complexo, que veremos em dia específico, esta menina rompe o seu amor com a mãe, começa a competir com ela, e vai buscar no pipi imaginário do pai, sua identificação com o masculino……..

O papel da mãe é fundamental nesta fase, pois se a mãe dá apoio e valoriza a menina, e não entra em seu jogo de competição, como infelizmente muitas mães o fazem, ajudará esta criança a se sentir valorizada, amparada, e mais segura, pois o rompimento com a mãe é uma das maiores dificuldades do feminino.

Provoca um vazio interior,e para se situar no físico, é como se ficasse um buraco enorme na região do estômago, e muitas vezes quando na vida adulta está insegura, ansiosa, este buraco aparece com muita força, provocando angústia e depressão, e precisa falar, falar, falar…………

Esta dor do Complexo de Castração, e rompimento com a mãe, faz com que a menina amadureça muito mais cedo que o menino, e de maneira geral, fazem as mulheres mais adultas que os homens, diante da grande maioria dos acontecimentos da vida.

Ela, por volta dos 7 anos, naturalmente, deve fazer seu fechamento edípico, rompendo a cadeia de desejo imaginário pelo pai, e entrar na vida, livre, confiante, com segurança, sentindo-se amparada, para estruturar todos os seus outros papéis da vida adulta.

Nós somos serem emocionais. Tudo o que vemos, ouvimos ou sentimentos, nos trazem emoções, e as funções de mães e pais, nos provocam todas as emoções possíveis. Sentimentos de amor e ódio, prazer e desprazer, alegre e tristeza, etc, sempre estão presentes nas nossas relações com nossos filhos… ciúmes….. este é um dos sentimentos que mais aparece nas relações….

É importante, que quando estes sentimentos aparecerem, possamos vê-los, enfrentá-los, e não jogar em nossos filhos, estas coisas que não estão resolvidas em nossos interiores, pois se não quebrarmos agora esta cadeia negativa, os nossos filhos serão vítimas como nós temos sido, deste modelo de educação, que no 3o. Milênio, já não serve à humanidade.

Irineu Deliberalli

Psicólogo e Xamã